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terça-feira, 24 de setembro de 2024

Desmatamento na Amazônia atingiu área florestal do tamanho do território colombiano em 40 anos

No ano passado, a devastação atingiu 3,8 milhões de
hectares, quase o dobro do tamanho de El Salvador (21.040 km²).
MICHAEL DANTAS / AFP

De acordo com uma análise de dados de satélite do sistema MapBiomas Amazônia, feita pela RAISG, o desmatamento destruiu 12,5% da cobertura vegetal da maior floresta tropical do planeta entre 1985 e 2023

A Amazônia, um dos ecossistemas mais importantes para a manutenção do clima global, sofreu uma perda significativa de sua cobertura florestal, segundo um estudo da rede de monitoramento RAISG. Em menos de quatro décadas, a região perdeu uma área de florestas quase tão grande quanto a Colômbia, que tem 1.142.000 km². No ano passado, a devastação atingiu 3,8 milhões de hectares, quase o dobro do tamanho de El Salvador (21.040 km²).

De acordo com uma análise de dados de satélite do sistema MapBiomas Amazônia, feita pela RAISG, o desmatamento destruiu 12,5% da cobertura vegetal da maior floresta tropical do planeta entre 1985 e 2023. Mais de 88 milhões de hectares de florestas, essenciais para a captura das emissões de carbono, foram destruídos no Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

Especialistas estão preocupados com a rápida transformação da Amazônia, que está sendo cada vez mais utilizada para atividades como mineração, agricultura e pecuária. Essa degradação florestal não apenas libera carbono na atmosfera, mas também altera os ecossistemas locais e a dinâmica climática, contribuindo para o aumento das temperaturas e acelerando o processo de aquecimento global. Além disso, incêndios florestais, intensificados por períodos de seca, têm causado danos severos em diversas áreas da região.

Alguns afluentes do rio Amazonas, um dos mais extensos e caudalosos do mundo, registram seus níveis mais baixos em décadas. Assim, a seca coloca em sério risco a sobrevivência de 47 milhões de pessoas que vivem nas margens desses rios. O estudo salienta que os eventos climáticos “cada vez mais extremos e frequentes”, favorecidos pelo desmatamento, “continuam atingindo uma Amazônia já debilitada, tanto em sua capacidade de regeneração quanto em seu papel de regular o clima do planeta”.

Por da Redação/JP

*Reportagem produzida com auxílio de IA

Publicado por Carolina Ferreira